Trago guardado um poço dentro do peito,
o poço do silêncio que estende as horas
A imagem que me assola não é real,
Não chegou a ser, mas atormenta-me as noites
e os momentos que costumavam ser de paz.
É como que se um vazio, uma perda maior que tudo tomasse conta do meu peito.
Rodo e giro e não encontro saída,
Nada é racional, perco-me nos porquês.
Não entendo porque me custa tanto ultrapassar.
Noite após noite a mesma imagem surge no meio dos sonhos.
Dia após dia pesa-me no coração.
Tento sacudi-la, fazer com que não seja real não esteja aqui, não pese…
Um dia irá passar, porque tudo passa…
Um dia será apenas uma imagem num papel.
Até lá para quem está fora de mim continuo a sorrir
e a pedir que me deixem só, não me incomodem,
porque apesar de tudo o silêncio dói menos.
