Até Umberto Eco se rendeu….

Ao Ipad!

Como se pode ler nesta entrevista:

ÉPOCA – O senhor tem sido um dos mais ferrenhos defensores do livro em papel. Sua tese é de que o livro não vai acabar. Mesmo assim, estamos assistindo à popularização dos leitores digitais e tablets. O livro em papel ainda tem sentido?
Eco –
Sou colecionador de livros. Defendi a sobrevivência do livro ao lado de Jean-Claude Carrière no volume Não contem com o fim do livro. Fizemos isso por motivos estéticos e gnoseológicos (relativo ao conhecimento). O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de eletricidade, e você pode riscar à vontade. Achávamos impossível ler textos no monitor do computador. Mas isso faz dois anos. Em minha viagem pelos Estados Unidos, precisava carregar 20 livros comigo, e meu braço não me ajudava. Por isso, resolvi comprar um iPad. Foi útil na questão do transporte dos volumes. Comecei a ler no aparelho e não achei tão mau. Aliás, achei ótimo. E passei a ler no iPad, você acredita? Pois é. Mesmo assim, acho que os tablets e e-books servem como auxiliares de leitura. São mais para entretenimento que para estudo. Gosto de riscar, anotar e interferir nas páginas de um livro. Isso ainda* não é possível fazer num tablet.”

in Revista Época, Brasil.

Podem ler o resto da entrevista aqui.

Gosto muito do Umberto Eco enquanto académico e teórico, confesso, com vergonha, que o escritor tem me passado um bocadinho ao lado ( eu sei que o Nome da Rosa é um grande livro, mas um tanto ou quanto puxadinho para mim que a violência não me desce muito facilmente).

* sublinhado meu… julgo que não falta muito para que isso venha a ser possível.

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