lido por aí
O meu momento tumblr
As escritorazinhas
“As escritorazinhas e as outras..
Serve esta crónica para retratar e comentar um certo elemento que existe frequentemente em órgãos de comunicação social e que responde pelo nome genérico de “Escritorazinha”
A Escritorazinha é porreira, é fixe, é divertida, quer sempre ir a todo o lado e está sempre bem-disposta, portanto a Escritorazinha torna-se numa espécie de mascote do jornal que todos protegem, porque, no fundo, todos sabem que ela já foi comida por muito barão dos média, e no fundo, alguns até têm um bocado de pena dela, e uma grande dose de remorsos por já se terem metido com a mesma nas supracitadas funestas circunstâncias. E é assim que a Escritorazinha acaba por se tornar muito popular, até porque, como quase nunca escreve nada de jeito, está sempre disponível para os mais variados Órgãos de Com. Social, nem que seja o jornal Sol.
À partida, não tenho nada contra as Escritorazinhas, mas irrita-me que gozem de um estatuto especial entre os média. Às Escritorazinhas tudo é permitido: podem insultar os outros nas crónicas, processar em tribunal quem vai contra as suas ideias, consumir cocaína, podem inclusive ir a programas dizer que só têm 3 ou 4 dias para preparar a sua crónica, por isso não lhes podem pedir mais do que aquilo que escreve, porque como são do “grupo”, toda a gente acha muita graça e ninguém condena.
Agora vamos lá ver o que acontece se uma escritora a sério faz alguma dessas coisas sem que surja logo um inquisidor de serviço a apontar o dedo para lhe chamar calaceira, irresponsável, pouco profissional e até mesmo burra. Uma escritora a sério não tem direito a esse tipo de comportamentos porque não foi levada ao colo pelas cunhas: é uma escritora e, consequentemente, se não consegue preparar uma crónica por semana, é imediatamente despedida. E o que mais me irrita é quando as Escritorazinhas apontam também elas o dedo às escritoras a sério, quando estas se comportam de forma semelhante a elas.
Ser escritora a sério dá trabalho e requer inteligência e sagacidade, para além de muita cultura. Que o digam as minhas amigas escritoras a sério, que foram vendo a sua reputação ser sistematicamente denegrida por dois tipos de pessoas: os tipos que nunca conseguiram que elas fossem trabalhar para os seus jornais e as Escritorazinhas que teriam gostado de ser convidadas para esses mesmos jornais, mas só conseguiram depois de se oferecerem. Uma escritora a sério não pode escrever sobre tudo, sob pena de censura. Já uma Escritorazinha pode dizer e fazer tudo o que lhe passar pela cabeça, porque conquistou um inexplicável estatuto de impunidade.
Porquê? Porque não é vista como uma escritora? Porque todo têm pena dela? E, já agora, porque é que quando uma Escritorazinha debita merda, as explicações bacocas para o sucedido são aceites sem despedimento, mas quando é uma escritora a sério a escrever sobre algo inoportuno, ninguém se coíbe de comentar:
Como dizia o François René: «O escritor original não é aquele que não imita ninguém ,
mas sim aquele que ninguém pode imitar.»
E quanto às Escritorazinhas, o melhor é arranjarem outro trabalho. Ou um frasco de cianeto.* Ou as duas coisas.”
Escrito por Fernando André Silva
Este texto serve de resposta a esta diarreia mental da personagem Margarida Rebelo Pinto, que pouco ou nada vale como “escritora” (coff coff) e atrevo-me a dizer como ser humano não valerá muito mais. Este texto aparentemente é antigo, mas esta semana voltou à baila nas redes sociais.
Saber Esperar de Rita Wemans
Li e gostei.
“Saber esperar…
Saber esperar o que já veio
Saber ter o que há-de vir
é mais do que pôr uma espe-
rança desmedida no futuro
e ir saboreando o hoje
e o amanhã…
Saber ter olhos para ver o invisível,
e ouvidos p’ra escutar
o que ninguém nos diz,
mas nós queríamos tanto…
Vale a pena sorrir
Quando o que esperam de nós são lágrimas
Vale a pena ver o pôr-do-Sol
e pensar na próxima manhã
Enchamos tudo de futuros
como se eles espreitassem
das nuvens, ou estivessem
à nossa espera para nos dizer
bom dia e para esperarem
até chegarmos lá.
Vale a pena acreditar nos sonhos e
palpá-los mais do que numa esperança vã!”
2000
(de Enchamos tudo de Futuros, Sopa de Letras, 2003)
Oui, C’est Vrai!
Estamos de acordo Cícero!
adicionava apenas música claro!
O Dan Brown de trazer por casa….
“A ficção de Rodrigues dos Santos, com todo o respeito que me merece o jornalista e meu parcialmente conterrâneo, concita-me tanto interesse como a caça aos gambuzinos. Isto porque, para mim, há uma espessa incomparabilidade entre, por exemplo, o meu adorado, fabuloso e intrincado Umberto Eco e o nosso humilde e comercial Dan Brown português como entre Hegel e a revista Caras.”
Não fui eu que escrevi mas subscrevo.