2ª Corrida/ Caminhada Dona Estefânia

No próximo dia 5 de Maio logo de manhã, estarei aqui, na versão caminhada, para ajudar um Hospital em que acredito que faz falta e que de facto é melhor para as crianças.

Eu corro as pediatrias de vários hospitais da região da grande Lisboa, posso-vos dizer que vejo uma diferença enorme na Estefânia, sendo um hospital não sentimos o cheiro nem o peso de um hospital normal ( e eu que sou nosocomefóbica posso dizer-vos). Segundo sei os equipamentos também são únicos no país e a equipa é fenomenal, digo-vos eu.

Por isso no próximo domingo dia 5 de Maio, vou levantar-me cedissimo, vou calçar as sapatilhas e vou andar por uma causa que acredito, para ajudar o D. Estefânia e a Associação de Spina Bífida e Hidrocefalia de Portugal.

Vejo-vos por lá?

Mais informações aqui.

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25 de Abril

O 25 de Abril é assim uma espécie de Jesus Cristo da esquerda.

Pegamos num acto bom libertador e tornamo-lo num mito capaz de tudo e de todos, o 25 de Abril tal como Jesus Cristo é um “homem nada mais que um homem” com defeitos e com qualidades, coisas que correram certo e errado. Para a esquerda não, o 25 de Abril foi o melhor de tudo, foi tão bom tão bom que todo o resto do tempo nada mais é que a sua sombra.

Quando as figuras recusam a vir para o presépio, é o fim do mundo e significa que a sombra do tempo já não é digna de ser vivida. Os donos da casa, quais vendilhões do templo, cuspiram na imagem sagrada do menino 25 de Abril. E o pensar Abril, a liberdade etc…são chavões que se proclamam com orgulho e altivez.  Longe de alguma vez se poder pensar que o 25 de Abril e tudo o que se passou após nos trouxeram aqui a este ponto, que foi o mesmo pensamento de Abril que desembocou no momento que hoje vivemos.

Não julguem que digo que o 25 de Abril foi mau, nada disso e muito pelo contrário, tenho a certeza que se vivesse em ditadura estaria presa, fosse esta de esquerda ou direita, não seria relevante para o facto. O 25 de Abril foi muito importante  e tem um lugar destacadíssimo na nossa história. Estarei eu e estaremos todos eternamente gratos aos homens que nos proporcionaram viver do modo como vivemos.

No entanto julgo que o pensar Abril cada vez é mais relevante no sentido que precisamos inverter o sentido da nossa história, perceber onde Abril correu mal, mudar as mentalidades, construir novamente um pais novo. 

E irrita-me esta esquerda que quer um novo 25 de Abril ( tal qual Cristo renascido e ressuscitado) , reviver o que já foi vivido, voltar tudo ao mesmo, ao final dos anos 70 princípios dos anos 80, eu cá vos digo: Deus me livre e guarde. Quero viver coisas novas, quero um país moderno e não um país bafiento a viver glórias passadas. 

Lembranças são como as cerejas

(….)

Olha — queres ouvir-me? — 
às vezes ainda sou o menino 
que adormeceu nos teus olhos; 

ainda aperto contra o coração 
rosas tão brancas 
como as que tens na moldura; 

ainda oiço a tua voz: 
          Era uma vez uma princesa 
          no meio de um laranjal…
 

Mas — tu sabes — a noite é enorme, 
e todo o meu corpo cresceu. 
Eu saí da moldura, 
dei às aves os meus olhos a beber, “

(….)

Eugénio de Andrade